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Sistemas Partidários, Partidos e Eleições 1998-2018

Atualizado: 24 de mai. de 2022


João Paulo Viana e Denise Paiva



Embora crescente nos últimos anos, os estudos sobre o tema da política subnacional ainda são escassos na literatura da ciência política brasileira. Não obstante a tradição de pesquisas nesse campo remontar aos anos 1980 e 1990 com os trabalhos clássicos do cientista político Olavo Brasil de Lima Jr., deixa a desejar o número de pesquisas sobre os sistemas partidários estaduais no Brasil. No contexto de realidades políticas marcadas pela diversidade e heterogeneidade, com desenvolvimentos e dinâmicas próprias, foi por intermédio da obra de Olavo Brasil que aprendemos que os estados brasileiros denotariam um mosaico de sistemas partidários subnacionais que expressavam formatos distintos, além da ausência de um padrão nacional de competição eleitoral e partidária no âmbito federativo.



Diante deste quadro, acaba de ser editada a coletânea Sistemas Partidários, Partidos e Eleições 1998-2018: Tendências e dinâmicas na federação brasileira (Editora PUC-GO), organizada pela cientista política Denise Paiva (UFG) e pelo cientista político Pedro Pietrafesa (PUC-GO), com a participação de 24 cientistas políticos, pertencentes a diferentes gerações da disciplina no Brasil, a maioria docente e pesquisador de universidades públicas brasileiras. O livro aborda o funcionamento dos sistemas partidários em dez estados e no DF, e conta com prefácio do cientista político Bruno Speck (USP) e apresentação do também cientista político Antônio Lavareda. O lançamento oficial está previsto para ocorrer durante o XIII Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), em agosto deste ano.



No trabalho, os pesquisadores analisam o desenvolvimento da competição eleitoral e partidária nos estados do Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Roraima e no Distrito Federal, no período de 1998 a 2018. Na esteira da obra seminal de Lima Jr., utilizando indicadores como volatilidade eleitoral e fragmentação partidária, enfatiza o professor Lavareda que, embora composta por onze estudos de caso, a publicação permite ao leitor uma acurada leitura comparada de seus capítulos, além de servir de estímulo à contínua investigação do tema no mundo acadêmico.



De fato, trata-se de uma bela exposição de estudos de casos que, ao utilizarem uma metodologia e indicadores comuns, fornecem importantes subsídios à compreensão dos subsistemas partidários estudados. Conforme os organizadores, estudos sobre a política subnacional nos possibilitam compreender particularidades e tendências que trabalhos com enfoque no quadro nacional não permitem captar. Além disso, ao proporcionar uma maior comparação entre casos e realidades diversas, expõem dinâmicas e desenvolvimentos distintos. Em se tratando de um país como o Brasil, isso teria uma importância ainda maior, tendo em vista as desigualdades e heterogeneidades de cunho socioeconômico e regional.



Por fim, como recorda o professor Speck, ao unir experientes especialistas e jovens doutores, o livro promete que a semente dos estudos sobre a política subnacional brasileira perdure pelos próximos anos. Não obstante, o desafio agora é superar ainda a ausência de análises sólidas acerca dos subsistemas partidários em mais da metade dos estados brasileiros.



Aos interessados, a obra pode ser adquirida diretamente junto à Editora da PUC de Goiás.

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